Papo de domingo - 2/12
BATISTA DE CARVALHO:
UMA RUA, MUITAS HISTÓRIAS.
Bauru (SP). Final
do século XIX.
Vendo que os
vereadores não colocavam um nome na rua onde tinha uma “venda”, João Batista de
Carvalho fez uma plaquinha e escreveu: Rua dos Esquecidos.
O comerciante
morreu em 1901. Em 1904, o então prefeito Gerson França deu à rua o nome de Batista
de Carvalho.
Desde 1992, ela
foi transformada em calçadão. E nela só se pode andar a pé. Um reforço à
vocação comercial da via pública desde a chegada da ferrovia à cidade.
Pergunte a um
adolescente hoje qual é o nome da rua conhecida como “calçadão”. Eu perguntei e
alguns responderam:
Ou seja, eles
não sabiam (mas é uma minoria, claro).
Diz o ditado:
“um povo sem memória é um povo sem história. E um povo
sem história está
fadado a cometer, no presente e no futuro, os mesmos erros do passado".
Quem conhece muito bem a história da via é o locutor e serralheiro, Paulo
Sérgio Violanti (Paulinho), trineto de Batista de Carvalho que, até hoje, mora em
um apartamento na quadra 6 da rua que leva o nome do seu ascendente.
Conversando
com o blog, Paulinho, que está numa fase de mudança em sua vida, disse:
- Não sei se
continuarei por aqui, vamos ver. Estou com novos projetos profissionais e
talvez tenha que me mudar.
|
Paulo Violanti, trineto
de Batista de Carvalho |
O Paulinho é
meu amigo, e sua história eu conheço relativamente bem. Formamo-nos radialistas
em 1987. Sei que terá sucesso naquilo que vier a desempenhar.
Mas eu também
conheço bem a “Batista”. Antes de me formar jornalista e relações públicas (e
radialista, como disse), fui bancário. Era 1979 e o banco Bradesco ficava onde
hoje é a Riachuelo, na quadra 5. Naquela época, a rua era aberta ao tráfego e,
mais ou menos nesse período, o uso das vagas de estacionamento era regulado por
parquímetros “pagos” com moedinhas, porque taxar sempre foi preciso (quem se
lembra?).
A rua, em si,
nada significa. É só um caminho. Sem pessoas ela nada é. Vi passar por ela
muitas vidas, muitos sonhos, muitas realizações e algumas tragédias. Como
acontece com ruas comerciais centrais de várias cidades do Brasil e do mundo, o
calçadão da Batista tem hoje a concorrência de shopping-centers, galerias e
comércio de periferia. Ou seja, assim como as pessoas, também enfrenta seus
desafios. A diferença é que o espaço, fisicamente, sempre estará ali. Já, as
pessoas, somente durante suas existências.
Não quero
encerrar com uma frase de “estilo autoajuda” (parece que o enredo leva a isso,
não?). Deixo isso a critério de cada leitor. Cada um com seus pensamentos.
Mas, não seja
bobo: carpe diem!